Instituto Pensar - Ministério da Saúde quer incluir cloroquina no Farmácia Popular

Ministério da Saúde quer incluir cloroquina no Farmácia Popular

por: Eduardo Pinheiro


Mesmo sem eficácia comprovada, cloroquina pode entrar no rol de produtos fornecidos gratuitamente ou com desconto de até 90% pelo Programa Farmácia Popular

Bolsonaro exibe caixa de Reuquinol, medicamento composto de sulfato de hidroxicloroquina. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Segundo reportagem do Estadão, publicada nesta terça-feira (1), o Ministério da Saúde discute a inclusão de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 no rol de produtos fornecidos pelo Programa Farmácia Popular. Estão entre eles o sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, a ivermectina 6 mg e a azitromicina 500 mg.

Se confirmada a mudança, esses medicamentos passam a ser subsidiados pelo programa, que fornece produtos gratuitamente ou com desconto de até 90%.

De acordo com a tabela de preços definida pelo governo federal, custa R$ 25 cada caixa com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, medicamento indicado na bula para artrite reumatoide, lúpus e malária. Já dez comprimidos do antibiótico azitromicina 500 mg valem R$ 35. Enquanto caixas com dois comprimidos do vermífugo ivermectina 6 mg custam R$ 15. 

Mesmo sem eficácia comprovada, os medicamentos são a grande aposta do presidente Jair Bolsonaro contra a pandemia de Covid-19, que já matou 120 mil brasileiros. Para sustentar sua ideologia, o presidente sacrificou dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

Na gestão interina do general Eduardo Pazuello, que começou em maio, a Saúde mudou radicalmente o seu posicionamento e demonstra seguir cegamente aos pedidos de Bolsonaro. 

Fim do Programa Farmácia Popular

Com orçamento atual de R$ 2,5 bilhões, a extinção do programa Farmácia Popular está sendo estudada pela equipe econômica de Paulo Guedes. O objetivo é tirar do papel o Renda Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família.

Para Guedes, o programa é ineficiente por contemplar todas as pessoas, independentemente da renda. No entanto, segundo dados do próprio governo, mais de 21,3 milhões de pacientes foram atendidos pelo Farmácia Popular em 2019. "Evidências demonstraram que o programa reduziu as internações hospitalares e mortalidade em relação à hipertensão e diabete?, afirma o ministério no Plano Nacional de Saúde, que orienta ações da pasta até 2023.

Ao jornal, o professor de epidemiologia da Universidade de São Paulo, Paulo Lotufo, afirma que a inclusão dos medicamentos contra Covid-19 ferem a "filosofia? da Farmácia Popular.

"O grande objetivo com o programa é reduzir o impacto em internações e mortes por doenças crônicas, como hipertensão, diabete e asma. Não tem o mínimo sentido fazer a inclusão de algo que ainda está sobrando, sendo distribuído a rodo?, afirmou.

Com informações do Estadão



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